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quinta-feira, 20 de novembro de 2014




Será a liberdade de escolha uma ilusão?

O objeto de estudo da Filosofia é a realidade como um todo. A temática da liberdade é, por isso mesmo, um dos objetos da reflexão filosófica. Trata-se de uma resposta aberta, cuja solução definitiva é inalcançável. Por isso mesmo Abraham Lincoln afirmou um dia que “O Homem nunca encontrou uma definição para a palavra liberdade”.
À partida não duvidamos da nossa possibilidade de escolha. Tomamo-la como garantida. Estamos convencidos que poderíamos ter tomado outra decisão, seguido outro caminho. No entanto quando começamos a refletir, rapidamente nos damos conta que o que nos parece simples é  problemático.
Ao longo da história humana, os filósofos refletiram sobre o problema do livre-arbítrio apresentando diferentes pontos de vista. Alguns filósofos defendem que somos seres absolutamente determinados por causas que desconhecemos e que escapam ao nosso controlo (determinismo radical). Para outros o nosso agir é absolutamente aleatório (indeterminismo). No primeiro caso somos marionetas de uma série causal, no segundo caso somos marionetas do acaso. Estas teorias anulam a capacidade de autodeterminação. Outros autores consideram que a liberdade e o determinismo são compatíveis, como é o caso do determinismo moderado. Esta perspetiva não nega quer todos os efeitos tenham uma causa, considera, no entanto, que algumas das nossas ações são livres, porque não são realizadas sob coação e têm como causas os desejos e as convicções do agente.
            No entender de outros filósofos “estamos condenados à liberdade”. A estes filósofos deu-se o nome de libertistas ou libertaristas, pois afirmam como Simone de Beauvoir que “O Homem é livre e encontra a lei na sua própria liberdade.”Ser maximamente livres é agir à luz da nossa consciência moral.
Eu estou, totalmente, de acordo com os filósofos que defendem que somos seres livres. “A vida é feita de escolhas” e, como tal, devemos ser nós próprios, tomando as nossas próprias decisões. Os valores veiculados pela nossa educação, os padrões culturais, os princípios religiosos, entre outros, estão, a todo o momento, na nossa mente. Porém, eles não nos compelem totalmente. A magia do ser humano, que nos torna tão especiais, não é só a capacidade de pensar, mas também, a liberdade de pensamento e de escolha. Cada um de nós é um ser único, as nossas escolham refletem-nos. Se todos tomássemos as mesmas decisões, a vida seria insignificante e banal.
Em conclusão, não somos escravos das nossas crenças, do pensamento alheio, do instinto, dos padrões culturais. Há sempre outra alternativa! O livre-arbítrio pertence-nos, caracteriza-nos! Cabe-nos decidir viver como escravos ou como homens livres…
Ana Beatriz, 10ºB
(Aluna do Curso de Ciências e Tecnologias do Agrupamento de Escolas de Celorico de Basto)

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