Liberdade ou Determinismo?
O problema do livre arbítrio é uma questão
filosófica extremamente complexa. Por isso mesmo são inúmeras as tentativas
para responder a esta questão. Na aula de filosofia estudámos quatro teses ou
teorias: o determinismo radical, o indeterminismo, o determinismo moderado e o
libertismo. O determinismo radical e o libertismo são duas teses radicalmente opostas.
A primeira nega a liberdade humana, deixando apenas espaço para o determinismo.
A segunda apresenta-nos como seres livres e radicalmente responsáveis pelas nossas
escolhas. Esta tese apoia-se no dualismo antropológico, isto é, na ideia de que
o corpo e a mente têm naturezas diferentes e que por isso mesmos obedecem a
leis diferentes. No entanto esta tese não explica como aquilo a que chamamos
consciência pode ter efeito sobre o corpo.
O determinismo radical afirma que a liberdade
humana é uma ilusão; todas as ações do ser humano são determinadas por vários
fatores que não controlamos. Esta tese assenta na ideia de que tudo no Universo
tem uma causa e que as mesmas causas, nas mesmas circunstâncias produzem os
mesmos efeitos. O indeterminismo também nega a liberdade humana, e, afirma que
todas as ações e decisões humanas são indeterminadas. Esta teoria baseia-se na
física quântica. Segundo a microfísica é impossível prever o comportamento das
partículas subatómicas. O seu comportamento é aleatório. Transposta para o
domínio da filosofia, o indeterminismo da física significa que a acção humana é
fruto do acaso. O determinismo radical e o indeterminismo anulam a liberdade
humana e por isso mesmo conduzem à negação da responsabilidade. Se não
poderímaos ter decidido de outra maneira ou se as nossas ações são totalmente
aleatórias, então não podemos ser responsabilizados pelas nossas ações, pois na
verdade não realizámos qualquer escolha. Na verdade não somos muito diferentes
dos seres inanimados.
O determinismo moderado é uma tese
compatibilista. Esta tese afirma que tudo é determinado, porém algumas ações
humanas são livres. Esta tese defende o livre-arbítrio, que define como
ausência de constrangimento.
Considero que o determinismo moderado é a tese
mais correta, porque defende a compatibilidade entre o determinismo e a
liberdade. É tão difícil negar o determinismo, como negar a liberdade. A ideia
de que somos livres impõe-se-nos com tanta força, como a ideia de que todo o efeito
tem uma causa que o determina.
Luís Miguel Monteiro
Teixeira, 10ºB
(Aluno do Curso de Ciências e Tecnologias do agrupamento de Escolas de
Celorico de Basto)
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