Os
Animais não-humanos serão seres de direitos?
O que significa ser sujeito de direitos?
Afirmar que alguém ou algo é sujeito de direitos significa dizer que
há maneiras incorretas de tratar esse sujeito; formas que põe em causa os seus
direitos.
Afirmar que os animais não-humanos s têm direitos é não só assumir a
exigência de os tratar com a dignidade que merecem, mas é também assumir uma
enorme responsabilidade: a responsabilidade de lhes prestar os cuidados que
necessitam, de nada fazer que possa pôr em perigo a sua saúde física e
psicológica.
Ao falarmos de animais não humanos não devemos referir-nos apenas aos
animais de estimação. No entanto, o senso comum considera que só os animais de
companhia têm direitos. Escorados na ideia de que os animais foram criados por
Deus para nosso benefício, sendo portanto inferiores a nós, e no facto do homem
ser um predador de topo, graças à plasticidade do seu cérebro, os homens
continuam a dizimar a cada dia um sem número de animais domésticos e selvagens
de forma criminosa e injustificada. Testam-se medicamentos e produtos
cosméticos, detergentes em animais, que talvez não pensam, mas sofrem. Muitos
destes testes têm como único propósito a satisfação da curiosidade humana. Não
haverá outras formas de testar produtos cosméticos e medicamentos? É verdade
que há. Pode objetar-se que são dispendiosas. Mas não deverá estar a nossa
humanidade à frente do dinheiro. Digo humanidade, porque cada vez que
maltratamos um animal indefeso, instrumentalizando-o para nosso lazer
degradamos a nossa humanidade, tornamo-nos piores pessoas.
Os animais não têm livre-arbítrio, não podem escolher participar ou
não em lutas, em espetáculos de circo. Espetáculos, que frequentemente exigem
treinos longos e dolorosos, ambientes stressantes. Se os circos fossem feitos
de palhaços e mágicos perderiam o seu encanto? Os animais não podem escolher,
mas nós podemos e foi precisamente isso que fez o município do Funchal ao
proibiu o uso de animais em espetáculos de circo. Esta decisão é de extrema
importância, esperemos que outros municípios tenham a coragem de seguir o
exemplo.
Inês Oliveira Marinho Gomes, 10º B
(Aluna do Curso de
Ciências e Tecnologias do Agrupamento de Escolas de Celorico de Basto)
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