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segunda-feira, 24 de novembro de 2014
LIVRE OU
DETERMINADO?
A meu ver,
penso que são maiores as probabilidades de sermos livres, do que as de sermos determinados. Talvez
até possamos ser uma mistura dos dois ingredientes. Afinal, há alturas na vida
em que sentimos que temos liberdade de escolha. Outras há, em que somos tão influenciados
pelos nossos genes ou pela comunidade em que vivemos, que nem nos damos conta
que estamos a ser pressionados a tomar uma certa decisão. Somos condicionados
pela anatomia e fisiologia do nosso corpo, pela nossa personalidade, por leis e princípios morais, por normas sociais e até pelas decisões que tomámos no passado... Somos
condicionados por fatores que nos ultrapassam e que, na maioria dos casos, não
podemos mudar.
Dizem que a
liberdade é o bem mais precioso, mas apesar de nos sentirmos livres, não quer
dizer necessariamente que o sejamos. Se calhar, é apenas uma ideia, uma ilusão
que a sociedade nos tenta incutir, para que nos sintamos bem.
É costume
apregoar-se que a nossa liberdade acaba onde começa a liberdade dos outros.
Supostamente a liberdade dos outros deve ser o limite da nossa liberdade. Será
que temos a liberdade que 'precisamos' para nos sentirmos felizes? Que a
genética nos fez sentir capazes de escolha? Ficam as interrogações….
Carla
Afonso, 10º C
(Aluna dos
Curso de Humanidades do Agrupamento de Escolas de Celorico de Basto)
sexta-feira, 21 de novembro de 2014
Free to choose
Somos livres! Cabe-nos perceber como devemos utilizar essa liberdade! Temos a liberdade
de tomar decisões e as nossas escolhas intencionais revelam quem somos.
A melhor prenda que nos deram foi a vida e cabe-nos
cuidar dela o melhor possível! Existem muitas pessoas a morrer mais cedo do que
o previsto, pois a vida trocou-lhes as voltas e uma coisa inesperada aconteceu,
sem que nada o fizesse prever. Outros há, que acabam com a sua própria vida,
por vontade própria…
Temos uma porta e sabemos que do outro lado estará uma
coisa má, mas mesmo assim decidimos abrir. Por vezes vemos racionalmente o
melhor, mas escolhemos o pior. Temos que aceitar as consequências dos nossos
atos, se os deliberámos e decidimos.
Na nossa vida podemos escolher viver ou sobreviver, mas devemos
ter cuidado na forma como exercemos a nossa liberdade, pois os nossos atos
podem transformar a nossa vida numa noite de nevoeiro, ou num dia repleto de
luz.
Francisca Alexandra da Silva Meireles, 10ºB
(Aluna do Curso de Ciências e Tecnologias do Agrupamento de Escolas de
Celorico de Basto)
As Horas Amargas dão lições de Filosofia:
As horas amargas dão-nos
lições de filosofia, porque quando nos deparamos com situações-limite somos
levados a duvidar daquilo que supúnhamos saber, a curiosidade emerge. Nas
nossas horas amargas mesmo sem querermos, fazemos perguntas filosóficas,
interrogamo-nos à cerca das coisas mais simples. A dor, a solidão e a culpa
despertam a consciência da fragilidade da vida, da nossa finitude. Essa
consciência faz-nos refletir sobre as nossas decisões, a forma como elas afetaram
a nossa vida e a dos outros. Nas horas amargas surgem os porquês; nasce uma
atitude interrogativa e crítica que a revê, reavalia e repensa os problemas da
vida a uma nova luz.
Nas horas amargas a filosofia brota espontaneamente, e eis que filosofamos
sem sequer nos apercebermos que estamos a filosofar.
Joana Costa, 10ºD
(Aluna do
Curso de Humanidades do Agrupamento de Escolas de Celorico de Basto)
A tristeza, a solidão, a
culpa, a revolta levam muitas vezes ao filosofar, pois quando passamos por
situações amargas colocamos interrogações filosóficas a nós mesmos. Estas
situações põem em causa as nossas certezas, as nossas crenças. Questionamos a
realidade que nos cerca e a nós mesmos. Neste sentido as nossas crenças dão-nos
lições de filosofia. Todo o ser humano filosofa, pois tem a capacidade de
pensar por si.
Daniela Bastos, 10ºD
(Aluna do
Curso de Humanidades do Agrupamento de Escolas de Celorico de Basto
Se ao Animais pudessem escolher será que escolheriam
sofrer?
Com certeza que não.
Muitos filósofos têm pensado acerca da questão dos direitos
dos animais. Uns defendem que os animais têm direitos, outros que não. Penso
que todos concordarão que quer os animais tenham ou não tenham direitos, ao ser
humano cabe a responsabilidade de não lhes causar sofrimento.
Na minha opinião os animais não humanos têm direito a uma vida
sem sofrimento. Não os devemos maltratar, usar na experimentação de produtos de
higiene, cosmético e medicamentos não essenciais. Muitas destas experiências são
inúteis, pois dada as diferenças entre os animais e o ser humano os resultados
não são conclusivos.
Escusado será dizer que não concordo com os espetáculos
bárbaros, nos quais os animais são usados para divertimento de muitos e
enriquecimento de alguns.
António Silva, 10º A
(Aluno do Curso de Ciências e Tecnologias do Agrupamento de Escolas de Celorico de Basto)
Somos ou
não livres?
Afinal somos ou
não livres? Uma pergunta que pode ter várias respostas, pois é uma pergunta
filosófica. Por isso mesmo vários filósofos lhes responderam de forma
diferente.
A resposta a esta questão é de especial importância. Permite-nos
esclarecer algumas situações do quotidiano, como por exemplo saber se uma
pessoa sob o efeito de álcool ou de substâncias ilícitas é ou não responsável
pelos seus atos. Uma pessoa livre é aquela que consegue pensar por si, tomando
decisões de forma consciente e voluntária. Como sabemos estas substâncias
diminuem ou, mesmo, anulam a nossa consciência levando-a as pessoas que as
consomem a comportar-se de forma desesperada, podendo pôr em risco o seu
bem-estar e o dos outros.
Para o determinismo radical a resposta ao problema
do livre-arbítrio é simples: o livre-arbítrio é uma ilusão. Somos absolutamente
determinados por causas que não controlamos. Todas as nossas decisões, das mais
simples às mais complexas, não resultam de escolhas deliberadas e decididas,
são fruto de leis que se estendem a todo o universo. Se não temos alternativa,
se não poderíamos ter agido de outro modo, então não podemos ser
responsabilizados pelas nossas ações. O bem e o mal são banidos do mundo e com
eles o mérito e o castigo. O homem que escolhe embriagar-se é na verdade
escravo do princípio da causalidade necessária.
A meu ver o ser
Humano é livre, pois de contrário não será superior às térmitas-soldado,
obrigadas pelo instinto a dar a vida para salvar o termiteiro.
Gildo Veloso, 10ºD
(Aluno do
Curso de Humanidades do Agrupamento de Escolas de Celorico de Basto)
As horas amargas
dão lições de Filosofia
São os momentos mais difíceis que
nos fazem refletir, repensar as nossas acções. Quando estamos mais tristes,
isolados ou nos sentimos mais em baixo damos por nós a matutar no porquê das
coisas, a pensar no que poderíamos fazer de diferente, nas coisas que nos
arrependemos de ter dito e de ter feito, e qual deveria ter sido realmente a
nossa atitude perante os problemas. É nestas horas que nos revemos, revemos
aquilo que realmente queremos para nós, reorganizamos prioridades. Percebemos
aquilo que é realmente importante, o que nos deixa felizes. Nestas horas, apercebemo-nos
que temos de dar mais atenção às pessoas de que gostamos, que são,
realmente nossas amigas e deixar de prestar atenção a quem, pelo contrário, nos
faz sentir mal. Aprendemos a evitar certas situações. São estes momentos que
nos fazem traçar novos rumos, são estes momentos que nos dão a real consciência
das coisas, e ao fazê-lo, permitimo-nos viver.
Ana Silva, 10º C
(Aluna do
Curso de Humanidades do Agrupamento de Escolas de Celorico de Basto)
A
vida humana é um valor absoluto
No mundo de hoje, os animais começam a ter papéis diferentes
dos tradicionais. Há cães que ajudam deficientes físicos e idosos, quando ainda
há pouco, basicamente só serviam como cães de guarda, pastores e caçadores. A par
destes novos papeis, a divulgação de imagens que denunciam a crueldade com que
muitos destes animais são tratados, conduziram a inúmeras interrogações. Será
legítimo tratar os animais como um simples meio ao serviço do homem, ou terão
os animais direitos, cuja violação deve ser punida por lei?
No meu ponto de vista, todos os
animais têm alguns direitos fundamentais básicos, tais como o direito a uma
vida sem sofrimento; o direito a viver no seu habitat; o direito a cuidados
adequados à sua espécie. Contudo, penso que as necessidades básicas do Homem se
sobrepõem às dos animais. O valor da vida humana é absoluto e prioritário em
relação à vida dos animais não humanos.
Algumas pessoas não comem carne devido ao sofrimento que os
matadouros causam aos animais antes e durante o abate. Qualquer sofrimento
desnecessário é eticamente reprovável e deve ser evitado. Se os matadouros se
preocuparem em não causar sofrimento aos animais, respeitá-los-ão, de um ponto
de vista moral, e de um ponto de vista comercial, poderão mesmo melhorar a
qualidade da carne que produzem, visto que os animais não foram sujeitos a
demasiado stress durante a sua
criação e abate. Porém sendo os Humanos seres omnívoros não é errado
alimentarmo-nos de carne.
Concluindo, penso que é legítimo
usar os animais para assegurar a sobrevivência do homem,
tendo sempre a preocupação de não lhes causar dor desnecessária. Não me parece
legítimo usá-los em espetáculos de lazer, lutas e experiências laboratoriais
inúteis. Os direitos dos animais não humanos devem ser defendidos, ainda que
não devam sobrepor-se aos humanos.
António Francisco da Costa Teixeira, 10º B
(Aluno do Curso de Ciências e Tecnologias
do Agrupamento de Escolas de Celorico de Basto)
Os animais não-humanos terão direitos?
Todos
os dias nos deparamos com pessoas a maltratar os animais não-humanos e eu
pergunto-me qual será o porquê de tal comportamento irracional?
Na
minha perspetiva os Animais não-humanos têm direitos, e nós não temos o dever
de não os maltratar. São seres sensitivos como nós e a sua irracionalidade não
pode servir de desculpa para os tratarmos de forma cruel.
Na é
legítimo experimentarmos novos produtos nos animais não-humanos, quando sabemos
que são estruturalmente diferentes de nós e que por isso mesmo as suas reações podem
não ser extensíveis ao ser humano.
Tal
como nós eles têm direito à vida, devem ser respeitados e amados por nós. Em
Portugal maltratar os animais é crime, mas basta ir na rua para compreender que
ainda temos um caminho muito longo a percorrer. No meu entender, a educar,
sensibilizar e agir devem ser o caminho.
Carolina Oliveira, 10º B
(Aluna do Curso de Ciências e Tecnologias do Agrupamento de Escolas de
Celorico de Basto)
quinta-feira, 20 de novembro de 2014
Os animais não-humanos
terão direitos ?
Filósofos como Peter Singer e Tom
Regan procuraram encontrar um critério que permitisse afirmar a dignidade moral
dos animais, de modo a defini-los como sujeito de direitos. Concordo com a
perspetiva do filósofo Tom Regan, segundo a qual os animais têm direitos em
sentido negativo. Tem o direito a não serem prejudicados, torturados. Têm
direito à integridade física. Os animais, tal como o homem, são
sujeitos-de-uma-vida (têm vida, são capazes de se emocionar, de recordar,
etc…). Por isso mesmo violamos os seus direitos quando os maltratamos, lhes
provocamos qualquer tipo de sofrimento. Os animais têm um valor em si mesmos e
por isso não devem ser usados como um meio. Muitos irão objetar: “Mas só o
homem é um agente moral, um ser capaz de se reconhecer como autor dos seus
atos, que pratica de modo consciente, intencional e voluntário. Ao que
responderei que são no entanto pacientes morais, tal como o são as crianças de
tenra idade, que não podem ser chamadas de agentes morais. No entanto não as
tratamos como meios ao serviço dos nossos interesses. O mesmo acontece com os
animais, devemos por isso tratá-los com respeito, como parentes afastados que
partilham connosco o mesmo planeta.
Maria João Gomes, 10º
C
(Aluna do
Curso de Humanidades do Agrupamento de Escolas de Celorico de Basto)
Como seria o nosso
mundo sem eles?
Os
animais são seres imprescindíveis ao nosso planeta. Sem eles, a vida humana não
seria possível e eu não estaria aqui, hoje, a escrever este apelo. A qualidade
de vida e o bem-estar dos animais não humanos dependem de nós pois, enquanto
seres racionais, temos a capacidade de cuidar deles.
Ao
longo da história foram muitos os filósofos que refletiram acerca do estatuto
moral dos animais não humanos. Essa reflexão fez-se durante muitos séculos à
luz do conceito de racionalidade. Só o homem é racional, tem capacidade de
autodeterminação e por isso mesmo só ele é um ser de direitos. Os animais são
inferiores ao homem e podem ser usados em seu benefício. São meios ao serviço
de fins estabelecidos pelo ser humano. Consequentemente, os animais têm vindo a
ser utilizados como cobaias, não só em experimentações de produtos cosméticos,
vacinas, desinfetantes… São também usados em atividades que envolvam o
divertimento humano. Com efeito, os animais não-humanos têm sido desrespeitados,
expostos a níveis extremos de crueldade! Animais morrem todos os dias vítimas
de mutilação, escravizados em espetáculos bárbaros, expostos a condições
miseráveis! Quando assistimos a um espetáculo que envolve o uso de animais,
quando pagamos um casaco de peles, estamos a alimentar atividades vergonhosas.
Sinto-me até um pouco constrangida e envergonhada por dizer que a minha espécie
é capaz de tais atos. O dinheiro gasto a assistir a espetáculos violentos e
inexplicáveis, poderia ser utilizado para melhorar as condições de vida de muitos
animais e de muitos seres humanos.
No
entanto nem tudo é mau. Foi recentemente aprovada uma lei que condena quem pratica
maus-tratos a animais. Ainda que importante, esta lei ainda fica muito aquém do
que necessitamos de melhorar, mas é um começo.
Estou,
totalmente, de acordo com o filósofo Tom Regan, que defende que os animais têm
direitos.
Em
suma, o que nos diferencia destes seres é apenas o facto de termos a capacidade
de pensar porque de resto, somos natureza tal como eles. É suposto eles serem
os nossos melhores amigos então, está na altura de os tratarmos como tal!
Ana Beatriz, 10º B
(Aluna do Curso de ciências e Tecnologias do Agrupamento de
Escolas de Celorico de Basto)
René Magritte - O Filho do Homem - Imagem recriada por estudantes do Reino Unido para o site Booooooom |
Ilustração de Pawel Kuczynski |
Seremos livres?
Para o filósofo Jean-Paul Sartre a humanidade está condenada à liberdade: somos livres de escolher, mas
somos incapazes de escolher a própria liberdade. Sartre afirmou
"somos uma sociedade que escolhe, mas não escolhemos ser livres.".
Não podemos fugir à escolha.
Mas será que somos
livres? O que significa ser livre, o que quer dizer a palavra liberdade?
No dicionário
liberdade é a condição de uma pessoa poder dispor de si, poder fazer ou deixar de
fazer alguma coisa; livre determinação; faculdade de praticar o que não é
proibido por lei; deliberação, tolerância.
Quando falamos do
problema do livre-arbítrio estamos a referir-nos à possibilidade de escolha, de
autodeterminação.
A este problema muitos
filósofos respondem que não somos livres. Somos determinados por causas que não
dominamos. Tal como qualquer ser da natureza estamos submetidos a leis físicas,
orgânicas, sociais que nos conduzem para um único caminho. Outros, como Sartre,
defendem que somos livres. Somos ‘obrigados a escolher e a escolher-nos’. Tal
como o filósofo Jean Paul Sartre eu defendo o libertarismo. Considero que somos
responsáveis pelas escolhas que fazemos de forma voluntária, consciente e
racional. Devemos responder pelos atos que resultam de uma deliberação racional.
No dia em que o
livre-arbítrio desaparecer do mundo terá desaparecido da face da terra o último
ser humano.
Sandra
Costa, 10º D
(Aluna do Curso de Humanidade do Agrupamento de
Escolas de Celorico de Basto)
Os animais não humanos têm direitos?
Quando se coloca esta questão o que
se pretende determinar é se os animais têm ou não estatuto moral. Se os animais
humanos tiverem direitos, então não podemos usá-los como um meio. Devemos
respeitá-los como um fim em si mesmos.
Os meus conhecimentos filosóficos não são ainda suficientes para refletir
sobre esta questão com a profundidade que ela merece. Como aprendiz imaturo de
filosofia irei apresentar o meu ponto de vista.
No meu entender os direitos dos animais não-humanos são os nossos
deveres.
Um pouco por todo o mundo os animais
são maltratados. Sofrem danos físicos e psicológicos inqualificáveis. Os donos
não têm a menor consideração pelos animais, faltando-lhes ao respeito. E como
os atos recaem sobre quem os pratica, os seres humanos vão-se degradando, vão
perdendo dignidade. A ação humana é autotransformadora, transforma quem a
pratica. Os animais indefesos sofrem os factos, mas os atos degradam ou
enaltecem os seus autores. Um animal não é um ser racional. Mas nós somos e por
isso devemos comportar-nos como tal! Os animais não-humanos são seres capazes
de dor e sofrimento, são sencientes, afirma Peter Singer.
Os animais não-humanos demonstram,
muitas vezes, mais afeto para connosco do que alguns seres humanos. Um grande
exemplo disso mesmo é amizade de Owen e Hatchii, um menino e um cão que se
apoiam nas suas dificuldades.
Owen tem uma doença rara
que lhe dificulta os movimentos e que afeta toda a sua vida. Owen começou a ter
vergonha de sair à rua, mas tudo mudou no momento em que Hatchii apareceu. O
cão, que não tem uma pata, devido aos maus tratos de que foi vítima, foi
adotado pela família. No dia em que o cão chegou, Owen demonstrou, de imediato,
um carinho especial por Hatchii e o sentimento foi correspondido. Com a
companhia do cão, Owen deixou de ter vergonha de sair à rua. Agora as pessoas
não olhavam só para ele, pois o seu amigo de quatro patas partilha o mesmo
problema.
Felizmente, em Portugal,
a violência contra os animais é, desde o dia 1 de outubro de 2014, um crime punido
por lei. Infelizmente a lei é difícil de aplicar e, na maioria dos casos, os
criminosos ficam impunes e quem sofre são os animais. Tratar mal os animais não
nos leva a lado nenhum, pelo contrário, se os tratássemos bem poderíamos ser
recompensados, não com bens materiais, mas sim com uma consciência tranquila e
com a sensação de que não prejudicamos aqueles que muitas vezes nos ajudam a
ultrapassar os nosso medos.
Em síntese, gostaria de passar uma mensagem: nós, humanos
não gostamos que ninguém se meta na nossa vida e nos prejudique, portanto não
devemos prejudicar a vida daqueles que em nada contribuem para a nossa
infelicidade e que, em muitos casos, chegaram ao planeta terra muito antes de
nós.
Ana Isabel
Alves, 10º B
(Aluna do Curso de Ciências e Tecnologia do Agrupamento
de Escolas de Celorico de Basto)
Questão-Problema.
Haverá vida após a morte?
Decidi fazer o
trabalho com base numa das grandes perguntas filosóficas que todos os seres
humanos colocam, em algum momento da sua vida, já que, essa é uma das
caraterísticas fundamentais das questões filosóficas: são existenciais. A
pergunta a que me refiro é a seguinte: “Haverá vida após a morte?”.
Existem diferentes respostas
para esta questão e nenhuma dela é definitiva. Estas é uma outra caraterística
das questões filosóficas.
Esta questão foi debatida
pelas religiões. Aliás a crença no divino, numa vida extraterrena é um aspeto
básico de qualquer religião. Sem isso, não haveria nada a que nos “re-ligar”.
Segundo
a religião católica acredita-se que havemos de ressuscitar, tal como Jesus Cristo ressuscitou. Já para o Judaísmo todos
os mortos ressuscitarão, quando o Messias chegar à Terra.
Quando reflito nesta questão, penso que ela está associada
à consciência da morte e ao medo que ela provoca. O homem tem medo do
desconhecido e a morte não é exceção. Pensar que a morte não é um fim, mas um
começo de uma vida melhor é reconfortante. Como a minha família é cristã, desde
muito cedo me ensinaram que após a morte iremos para o céu, se fizermos boas
ações. Mas agora que sou mais velha e que tenho a capacidade de pensar por mim,
de forma autónoma e crítica, isto é, filosófica, começo a questionar-me sobre o
que aprendi, numa idade em que ainda não tinha a capacidade de pensar
autonomamente. Muitas vezes penso que a morte não faz qualquer sentido. Por que
razão teremos que morrer?
Os cientistas explicam o que é a morte e são capazes de
encontrar as suas causas; mas são impotentes perante a pergunta do “porquê” da
mesma. Em relação à possibilidade da vida para além da morte nada dizem, pois
não têm factos em que se apoiar.
Eu sou religiosa e acredito que existe vida para além da
morte. No entanto como tenho um espírito científico, reconheço que é possível
levantar objeções a essa hipótese. A objeção
principal é se será possível haver algo para além do mundo físico? Como
traduzir essa realidade em teoremas e equações? Se essa realidade existe, até
ao momento, ainda não foi possível apresentar provas irrefutáveis que demonstrem
essa possibilidade.
Existem, no entanto, pessoas que dizem já terem
testemunhado o além. Essas pessoas escrevem artigos e livros sobre o tema, realizam
documentários sobre o assunto, como se estivessem a falar de algo tão trivial
como a constituição química do cloreto de sódio.
As pessoas que não acreditam na existência de
vida após a morte chamam-se materialistas. Estes pensadores consideram que se não
é possível medir a alma, nem pô-la numa equação, ela não existe.
Há ainda alguns que acreditam na reencarnação.
Platão, ao que parece, era um deles. De acordo com as pesquisas que realizei, a
reencarnação significa que após a morte a alma, imortal, volta a reencarna para
se aperfeiçoar dos erros cometidos na vida anterior. Cada vida é uma nova
hipótese no caminho da evolução espiritual. Faz-se o diagnóstico das
dificuldades que a alma teve na vida anterior e aplica-se uma estratégia de
recuperação, atribuindo-lhe uma vida que lhe permita ultrapassar as
dificuldades.
A teoria da reencarnação não me convence. Não
concordo com a reencarnação pois se uma pessoa, morre e reencarna novamente,
como é que se pode aperfeiçoar e evoluir se não lembra dos erros cometidos na
encarnação anterior? O mais certo é que cometa os mesmos erros! Por esse andar
nunca vai acabar a licenciatura…
Daniela Oliveira Gomes, 10º A
(Aluna do Curso de Ciências e
Tecnologias do Agrupamento de Escolas de Celorico de Basto)
“Teremos liberdade de
escolha?”
Free to choose em português significa liberdade de
escolha, é um tema que nunca terá uma resposta exata que seja aceite por todos.
Trata-se por isso mesmo de uma questão filosófica.
Seremos livres?
Teremos liberdade de escolha?
São questões colocadas há muito
tempo, que continuam a suscitar inúmeras reflexões.
A sociedade em que vivemos tem
princípios, regras que nos pressionam, levando-nos, por vezes, a agir contra o que
pensamos. Estas pressões influenciam muitas das nossas decisões. A liberdade é
o poder fazer uma opção, por exemplo a escolha de um, apesar das condicionantes
que nos limitam, como o poder económico.
No filme “Freedom Writers”, a
personagem Eva acusa um rapaz, que sabe inocente, de homicídio voluntário, sob
a pressão do gangue. Na ótica do determinismo moderado não se tratou de uma
ação livre. Eva é livre apenas quando escolhe dizer a verdade sem constrangimento. Os seus desejos e convições tornam-se a causa dos seus atos.Nesse momento Eva assume as consequências dos seus atos, torna-se responsável por eles.
Concebo, tal como os deterministas
moderados, a liberdade como ausência de coação. Do meu ponto de vista só
podemos falar em liberdade de escolha quando não há coação interna e/ou externa
e podemos tomar uma decisão sem pressões.
Francisco Xavier
Vieira Pinto, 10º B
(Aluno do
Curso de Ciências e Tecnologias do Agrupamento de Escolas de Celorico de Basto)
Liberdade ou Determinismo?
O problema do livre arbítrio é uma questão
filosófica extremamente complexa. Por isso mesmo são inúmeras as tentativas
para responder a esta questão. Na aula de filosofia estudámos quatro teses ou
teorias: o determinismo radical, o indeterminismo, o determinismo moderado e o
libertismo. O determinismo radical e o libertismo são duas teses radicalmente opostas.
A primeira nega a liberdade humana, deixando apenas espaço para o determinismo.
A segunda apresenta-nos como seres livres e radicalmente responsáveis pelas nossas
escolhas. Esta tese apoia-se no dualismo antropológico, isto é, na ideia de que
o corpo e a mente têm naturezas diferentes e que por isso mesmos obedecem a
leis diferentes. No entanto esta tese não explica como aquilo a que chamamos
consciência pode ter efeito sobre o corpo.
O determinismo radical afirma que a liberdade
humana é uma ilusão; todas as ações do ser humano são determinadas por vários
fatores que não controlamos. Esta tese assenta na ideia de que tudo no Universo
tem uma causa e que as mesmas causas, nas mesmas circunstâncias produzem os
mesmos efeitos. O indeterminismo também nega a liberdade humana, e, afirma que
todas as ações e decisões humanas são indeterminadas. Esta teoria baseia-se na
física quântica. Segundo a microfísica é impossível prever o comportamento das
partículas subatómicas. O seu comportamento é aleatório. Transposta para o
domínio da filosofia, o indeterminismo da física significa que a acção humana é
fruto do acaso. O determinismo radical e o indeterminismo anulam a liberdade
humana e por isso mesmo conduzem à negação da responsabilidade. Se não
poderímaos ter decidido de outra maneira ou se as nossas ações são totalmente
aleatórias, então não podemos ser responsabilizados pelas nossas ações, pois na
verdade não realizámos qualquer escolha. Na verdade não somos muito diferentes
dos seres inanimados.
O determinismo moderado é uma tese
compatibilista. Esta tese afirma que tudo é determinado, porém algumas ações
humanas são livres. Esta tese defende o livre-arbítrio, que define como
ausência de constrangimento.
Considero que o determinismo moderado é a tese
mais correta, porque defende a compatibilidade entre o determinismo e a
liberdade. É tão difícil negar o determinismo, como negar a liberdade. A ideia
de que somos livres impõe-se-nos com tanta força, como a ideia de que todo o efeito
tem uma causa que o determina.
Luís Miguel Monteiro
Teixeira, 10ºB
(Aluno do Curso de Ciências e Tecnologias do agrupamento de Escolas de
Celorico de Basto)
Somos ou não livres? Eis a questão…
Será a liberdade real ou será
apenas uma ilusão motivada pela ignorância das causas que nos determinam? E no
caso de não sermos livres, estaremos submetidos ao rigor do determinismo cego, ou
estarão as nossas ações condenadas ao indeterminismo, à lotaria do acaso?
A meu ver o ser humano é livre,
ainda que essa liberdade não seja absoluta. É sempre uma liberdade histórica e
situada.
O livre-arbítrio é o poder de
pensar por nós próprios, o poder de escolher o rumo que queremos dar à nossa
vida, a pessoa que pretendemos ser. Graças a ele podemos tornar-nos num
Rembrandt ou num quadro restaurado por Cecilia Giménez.
A liberdade absoluta não existe. Somos livres mas
condicionados por regras sociais, condicionados por fatores psicológicos,
fisiológicos e pela nossa própria história individual. Estes fatores não anulam
a liberdade, tornam-na possível. Somos livres quando cumprimos a lei moral que
se impõe à nossa consciência.
A história do exercício de
liberdade está repleta de más escolhas, nas quais não respeitámos a lei moral. O
holocausto nazi, o colonialismo, o racismo, a homofobia, o extremismo religioso
testemunham a nossa desobediência à lei moral; o desrespeito pela dignidade da
pessoa humana.Com tudo isto, pretendo dizer que o mundo está dividido em seres
humanos livres e seres humanos que fazem um péssimo exercício da sua liberdade
e que por isso não são verdadeiramente livres. São vítimas dos seus apetites,
da sua incapacidade de controlo, do seu receio de pensar por si, tornando-se
facilmente escravos do pensamento alheio. Por pessoas que não sabem que ser livre não é apenas tirar as correntes de alguém,
mas viver de forma que respeite e melhore a liberdade dos outros (Nelson
Mandela).
Luísa Fontarra da
Silva, 10º D
(Aluna do Curso de Humanidades do Agrupamento de Escolas de Celorico de
Basto)
Os
Animais não-humanos serão seres de direitos?
O que significa ser sujeito de direitos?
Afirmar que alguém ou algo é sujeito de direitos significa dizer que
há maneiras incorretas de tratar esse sujeito; formas que põe em causa os seus
direitos.
Afirmar que os animais não-humanos s têm direitos é não só assumir a
exigência de os tratar com a dignidade que merecem, mas é também assumir uma
enorme responsabilidade: a responsabilidade de lhes prestar os cuidados que
necessitam, de nada fazer que possa pôr em perigo a sua saúde física e
psicológica.
Ao falarmos de animais não humanos não devemos referir-nos apenas aos
animais de estimação. No entanto, o senso comum considera que só os animais de
companhia têm direitos. Escorados na ideia de que os animais foram criados por
Deus para nosso benefício, sendo portanto inferiores a nós, e no facto do homem
ser um predador de topo, graças à plasticidade do seu cérebro, os homens
continuam a dizimar a cada dia um sem número de animais domésticos e selvagens
de forma criminosa e injustificada. Testam-se medicamentos e produtos
cosméticos, detergentes em animais, que talvez não pensam, mas sofrem. Muitos
destes testes têm como único propósito a satisfação da curiosidade humana. Não
haverá outras formas de testar produtos cosméticos e medicamentos? É verdade
que há. Pode objetar-se que são dispendiosas. Mas não deverá estar a nossa
humanidade à frente do dinheiro. Digo humanidade, porque cada vez que
maltratamos um animal indefeso, instrumentalizando-o para nosso lazer
degradamos a nossa humanidade, tornamo-nos piores pessoas.
Os animais não têm livre-arbítrio, não podem escolher participar ou
não em lutas, em espetáculos de circo. Espetáculos, que frequentemente exigem
treinos longos e dolorosos, ambientes stressantes. Se os circos fossem feitos
de palhaços e mágicos perderiam o seu encanto? Os animais não podem escolher,
mas nós podemos e foi precisamente isso que fez o município do Funchal ao
proibiu o uso de animais em espetáculos de circo. Esta decisão é de extrema
importância, esperemos que outros municípios tenham a coragem de seguir o
exemplo.
Inês Oliveira Marinho Gomes, 10º B
(Aluna do Curso de
Ciências e Tecnologias do Agrupamento de Escolas de Celorico de Basto)
Os animais têm direitos?
O problema dos
direitos dos animais tem levantado muitas questões. Ao longo da nossa
existência os animais têm sido utilizados como fonte de alimentação, vestuário,
experimentação para vários fins, desde cosméticos à investigação científica, no
âmbito da medicina. Os animais também são fonte entretenimento. Nos circos
pagamos, entre outras coisas, para assistir, a piruetas e malabarismos feitos
por animais ao som dos estalidos do chicote. Casos há, em que para que tais
habilidades fossem possíveis, os animais foram sujeitos a grande sofrimento.
A racionalidade
humana tem sido um dos argumentos mais fortes para justificar o tratamento dos
animais não-humanos como um mero instrumento. Ora os animais podem não ser
racionais, mas têm a capacidade de sentir dor e prazer como os seres humanos.
Não é legítimo submete-los a determinadas práticas. Por outro lado, estudámos
em filosofia, que muitas vezes o homem “vê o melhor e escolhe o pior”. Por
outras palavras no processo de deliberação apesar da razão nos apontar o melhor
caminho, cedemos muito vezes à irracionalidade. Se assim não fosse como
explicaríamos as atrocidades que ao longo dos séculos fomos capazes de cometer?
A liberdade de escolha é um caminho difícil…
Considero que as
pessoas que fazem sofrer os animais deviam ser punidas pois os animais têm
tanto direito a não sofrer como nós, humanos. Muitos animais morrem para
satisfazer as nossas necessidades supérfluas. Para saber se um cosmético ou um
detergente não é prejudicial ao nosso organismo, fazemos a experiência num
animal, provocando-lhe dor desnecessariamente.
Hoje sabe-se que
para ter uma alimentação saudável não é preciso consumir carne, pois existem
outros alimentos, à base de ferro e proteínas, que podem substituir a carne. No
entanto continuamos a consumir carne em excesso como se a nossa sobrevivência
dependesse disso.
É preciso mudar as
mentalidades dos Homens e neste processo a Educação poderá fazer a diferença.
Beatriz Jesus, 10º C
(Aluna do Curso de Humanidades
do agrupamento de Escolas de Celorico de Basto)
Será a liberdade de escolha uma ilusão?
O
objeto de estudo da Filosofia é a realidade como um todo. A temática da
liberdade é, por isso mesmo, um dos objetos da reflexão filosófica. Trata-se de
uma resposta aberta, cuja solução definitiva é inalcançável. Por isso mesmo Abraham
Lincoln afirmou um dia que “O Homem nunca encontrou uma definição para a
palavra liberdade”.
À
partida não duvidamos da nossa possibilidade de escolha. Tomamo-la como
garantida. Estamos convencidos que poderíamos ter tomado outra decisão, seguido
outro caminho. No entanto quando começamos a refletir, rapidamente nos damos
conta que o que nos parece simples é problemático.
Ao
longo da história humana, os filósofos refletiram sobre o problema do
livre-arbítrio apresentando diferentes pontos de vista. Alguns filósofos defendem
que somos seres absolutamente determinados por causas que desconhecemos e que
escapam ao nosso controlo (determinismo radical). Para outros o nosso agir é
absolutamente aleatório (indeterminismo). No primeiro caso somos marionetas de uma série causal, no
segundo caso somos marionetas do acaso.
Estas teorias anulam a capacidade de autodeterminação. Outros autores
consideram que a liberdade e o determinismo são compatíveis, como é o caso do
determinismo moderado. Esta perspetiva não nega quer todos os efeitos tenham
uma causa, considera, no entanto, que algumas das nossas ações são livres,
porque não são realizadas sob coação e têm como causas os desejos e as convicções
do agente.
No entender de outros filósofos
“estamos condenados à liberdade”. A estes filósofos deu-se o nome de
libertistas ou libertaristas, pois afirmam como Simone de Beauvoir que “O Homem
é livre e encontra a lei na sua própria liberdade.”Ser maximamente livres é
agir à luz da nossa consciência moral.
Eu estou,
totalmente, de acordo com os filósofos que defendem que somos seres livres. “A
vida é feita de escolhas” e, como tal, devemos ser nós próprios, tomando as
nossas próprias decisões. Os valores veiculados pela nossa educação, os padrões
culturais, os princípios religiosos, entre outros, estão, a todo o momento, na
nossa mente. Porém, eles não nos compelem totalmente. A magia do ser humano,
que nos torna tão especiais, não é só a capacidade de pensar, mas também, a
liberdade de pensamento e de escolha. Cada um de nós é um ser único, as nossas
escolham refletem-nos. Se todos tomássemos as mesmas decisões, a vida seria
insignificante e banal.
Em
conclusão, não somos escravos das nossas crenças, do pensamento alheio, do
instinto, dos padrões culturais. Há sempre outra alternativa! O livre-arbítrio
pertence-nos, caracteriza-nos! Cabe-nos decidir viver como escravos ou como
homens livres…
Ana Beatriz, 10ºB
(Aluna do
Curso de Ciências e Tecnologias do Agrupamento de Escolas de Celorico de Basto)
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