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terça-feira, 24 de março de 2015

Se os homens cospem no chão, é sobre si próprios que cospem

Há muito que o nosso planeta é afetado por vários problemas ambientais provocados pela ação do Homem. Estes problemas afetam a fauna, a flora, o solo, a água, o ar, e também a humanidade. A situação do nosso planeta é preocupante, pois temos problemas ambientais que estão a destruir lentamente a Terra. O efeito de estufa é um dos problemas que nos últimos anos têm preocupado os cientistas, pois com o aumento da emissão de gases de efeito de estufa como por exemplo o dióxido de carbono (CO2), metano (CH4), óxido nitroso (N2O) e os CFC’s levam a um desequilíbrio energético do planeta, que origina um fenómeno conhecido por aquecimento global, isto é, aumenta a temperatura média dos oceanos e do ar. Este aumento afeta os mares provocando a elevação do seu nível das águas e mudanças nas correntes marinhas e na composição da água; provoca a extinção de grande número de espécies e destrói os ecossistemas em larga escala, e gera por consequência problemas sérios para a produção de alimentos, o suprimento de água e a produção de bens diversos para todos nós; outra grande consequência é o degelo, isto é, derretimento de gelo ou neve, infelizmente ocorre em várias partes do mundo, pois uma grande camada de água proveniente do gelo, fluirá para os oceanos que vai contribuir para a elevação do nível do mar, que por consequência vai afetar várias espécies de animais marinhos e peixes por exemplo os pinguins, como é óbvio o Homem também será afetado com o aumento do nível do mar pois a população residente nas áreas costeiras terão que emigrar para outras regiões.
Os problemas ambientais põem a nossa sobrevivência em causa. Como a filosofia tem uma dimensão histórica, isto é, reflete sobre os problemas do seu tempo, os problemas ambientais têm inspirado os filósofos. Foi assim que surgiu uma nova disciplina filosófica : “A Ética Ambiental”. Esta disciplina reflete sobre a questão de saber se a natureza terá direitos ou não direitos; se a natureza tem um valor intrínseco ou um valor instrumental. Todos concordamos que devemos proteger e preservar a natureza, mas por que razão? Qual o fundamento da responsabilidade ecológica?
Passarei a apresentar três teses que procuraram responder a esta questão: a primeira parte de um ponto de vista antropocêntrico, ou seja, considera que o Homem é o centro das preocupações ambientais. O ser humano é considerado o centro porque tem a capacidade de pensar e por isso é superior aos outros seres vivos, assim só ele tem direitos porque só ele é sujeito de deveres. Nesta ordem de ideias deve-se respeitar o ambiente porque a humanidade depende dele; a natureza deve estar ao serviço do homem, a natureza não tem uma valor em si mesma, tem um valor instrumental. A segunda tese, a ecologia humanista, defende que a relação entre o homem e a natureza é uma relação de colaboração e de cooperação. Esta tese continua a afirmar que o ser humano é superior aos outros seres, mas uma vez que depende do meio em que vive, deve proteger a natureza e deve assegurar que as gerações futuras tenham um planeta habitável; o Homem tem o direito de transformar e modificar a natureza, todavia não tem o direito de destruir aquilo que é da natureza. A terceira tese, ecologia profunda, afirma que a natureza deve ser protegida, respeitada, independentemente dos interesses dos humanos, porque a natureza tem um valor intrínseco, tem direitos e valor em si mesma; devemos respeitar o ambiente não porque os seres humanos dependem da natureza, mas porque a natureza e tudo que a compõe tem um valor intrínseco, isto é a natureza tem valor em si mesma; rejeita o antropocentrismo e defende que os direitos da natureza são absolutos, devemos respeita-la apenas por ela própria e não por nossa causa.
No meu ponto de vista, existe uma solidariedade entre a natureza e o Homem, o ser humano é superior aos outros seres vivos, mas o homem também é natureza por isso depende dela e deve protegê-la e reconhecer que tem o dever de assegurar um planeta habitável para as gerações futuras. O meu ponto de vista vai de encontro à perspetiva da da ecologia humanista. Se a ecologia profunda rejeita a ideia que o homem está no centro do Universo cumprindo o destino de dominar e controlar a natureza, negam então a liberdade do Homem e não reconhecem que o ser humano é a principal riqueza biológica, quando deixam de estabelecer diferenças entre o homem e os outros seres vivos. O antropocentrismo vê a natureza como um objeto, como se ela fosse “escrava” do homem mas não reconhece a necessidade do ser humano em relação à natureza, também não fazem referência à responsabilidade do ser humano a respeito das gerações futuras para lhes garantirmos uma planeta habitável.
Concluo que o planeta Terra é privilegiado e precioso em relação aos outros planetas, e por vezes as ações do ser humano tem consequências que provocam a destruição de um planeta, que o Homem tinha como dever cuidar, proteger e respeitar. A terra não pertence ao Homem, é o Homem que pertence à terra.
Ana Catarina Silva, aluna do Curso de Ciências e Tecnologias, 10º A



In: http://babynuclear.blogspot.pt/

Problemas da Ética Ambiental


“O contrário do amor não é ódio, mas a indiferença”. (Friedrich Nietzsche, 1844 a 1900)


A Ética Ambiental diz-nos que todos os elementos da natureza têm direito a existir. E a própria natureza? Será ela um ser de direitos? Por que devemos protegê-la? São muitas as perguntas sem uma resposta definitiva, ou não traduzissem elas problemas filosóficos. A estas interrogações foram apresentadas diversas respostas, de entre elas apresentarei três teses, que considero importantes.

A primeira tese parte do princípio que o determina se uma ação é ou não moralmente correta são as suas consequências. O valor de uma coisa reside na sua utilidade. Assim sendo, o valor da natureza reside na sua utilidade para o homem. A natureza deve ser respeitada em nome das nossas necessidades. Só homem é ser de direitos, pois só ele é um sujeito de deveres.

A segunda tese sublinha a importância de proteger a natureza, para que as gerações futuras possam usufruir de todas as suas potencialidades, tal como as gerações anteriores desfrutaram. Esta visão considera que para que o homem sobreviva dignamente a natureza deve ser protegida e respeitada. O valor da natureza advém do facto dela constituir uma condição essencial da nossa existência.

A Ecologia Profunda defende que a natureza é, em si mesma, valiosa, independentemente da sua utilidade para o homem.

Apresentados os três pontos de vista, está na altura de apresentar o meu: Na verdade não estou a 100% de acordo com nenhuma das perspetivas. No entanto, inclino-me mais para a segunda, na medida em que afirma que homem e natureza devem ser valorizados, pois a sobrevivência da espécie humana depende da forma como protegemos o meio que nos rodeia e do qual fazemos parte. Temos o direito a uma vida digna, mas não nos podemos esquecer que somos natureza e que cada vez que acrescentamos algo à natureza, acrescentamos algo a nós próprios!

Devemos ter em conta o bem-estar das gerações futuras e em nome delas temos a obrigação de promover um desenvolvimento sustentável, ou seja, um desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender às necessidades das futuras gerações. É o desenvolvimento que não esgota, ou não deve esgotar, os recursos para o futuro. Devemos, sem dúvida alguma, proteger a natureza: ela pertence-nos e nós pertencemos-lhe. É hora de tentar reparar todo o mal que lhe fizemos e fazemos como por exemplo: as descargas de produtos tóxicos nos oceanos, que põem em causa um número significativo de espécies marinhas; a desflorestação; as elevadas emissões de CFC’s , que atuam como catalisadores na estratosfera, decompondo o ozono, fazendo diminuir a sua quantidade na atmosfera e deixando-nos desprotegidos face às radiações UV mais prejudiciais; o efeito de estufa e o consequente degelo das calotes polares. Os malefícios que causamos à natureza não ficam por aqui. Podia acrescentar muitos mais, mas para não correr o risco de ser maçadora, fazendo um relato exaustivo do que todos sabemos, deixo-vos com a seguinte frase: A natureza é nossa, protege-a!

Inês Marinho, aluna do Curso de Ciências e Tecnologias, 10ºB

In: Gestão e Resultados (http://www.folhavitoria.com.br/economia/blogs/gestaoeresultados/2014/01/05/o-tempo-esta-acabando-para-pensar-e-agir-ja/)

Terá a natureza valor absoluto?


Os problemas ambientais com que o planeta terra se confronta originaram inúmeras reflexões, nos mais diversos campos do saber. No domínio filosófico a Ética Ambiental interroga-se se a natureza terá ou não direitos, ou se a expressão “sujeito de direitos” deve apenas ser reservada ao homem. A esta questão os utilitaristas respondem que se uma ação é boa ou má em função das suas consequências, então o valor de uma coisa reside na utilidade que tem para algo exterior a si mesmo. A natureza tem por isso mesmo, um valor instrumental. Na medida em que a natureza deve estar ao serviço do homem, devemos protegê-la para salvaguardar a sobrevivência do ser humano. Só o homem tem direitos, porque só ele é sujeito de deveres. Devemos respeitar o ambiente porque os homens dependem dele. Trata-se portanto de uma perspetiva antropocêntrica: atribui aos interesses e necessidades do homem um lugar central.
Outros filósofos consideram que apesar do respeito pela vida humana dever ocupar um lugar central, a natureza deve ser protegida porque devemos reconhecer que o direito a um planeta habitável é um direito das gerações futuras (dos que ainda não nasceram). Esta posição foi defendida pelo filósofo alemão Hans Jonas na obra O Principio da Responsabilidade, publicada em 1979. Trata-se de uma ecologia humanista, na medida em que reconhece que a vida humana deve ter um valor absoluto, mas apresenta a natureza como uma condição da própria sobrevivência do ser humano e como um dos elementos da sua integridade existencial. A natureza deve ser protegida, pois existe uma solidariedade entre ela e o homem. A natureza tem uma dignidade própria e, por isso mesmo, devemos ultrapassar uma visão meramente utilitária da mesma. Na nossa relação com a natureza devemos seguir o imperativo que afirma: “ Age de tal forma que as consequências da tua ação sejam compatíveis com uma vida autenticamente humana na Terra”. A responsabilidade a respeito das gerações futuras exige que lhes leguemos um planeta habitável e que não alteremos as condições biológicas da humanidade. Nós somos o resultado de um trabalho da natureza que durou milhares de anos. Temos o dever de preservar e cuidar da natureza.
Os partidários da Ecologia Profunda, também denominados por ambientalistas radicais, afirmam que a natureza deve ser protegida, respeitada, independentemente dos interesses humanos, porque a natureza tem um valor intrínseco, tem direitos e valor em si mesma. No entender de alguns destes filósofos a natureza tem um valor próprio, vale independentemente da sua utilidade para a humanidade. A Ecologia Profunda defende o respeito pelo ambiente, não porque os seres humanos dependam dele, mas porque a natureza e tudo o que a compõe tem valor intrínseco. Rejeitam o antropocentrismo, a ideia de que o homem está no centro do universo, cumprindo o destino de dominar e controlar a natureza. Tal domínio tem-se traduzido na exploração desenfreada da vida e dos recursos naturais causando desequilíbrios e alterações tão graves, que chegam a ser autodestrutivas. A gravidade dos danos causados ao planeta e às espécies que nele habitam, exigirá, no entender dos ambientalistas mais radicais, a redução significativa da população humana, a rejeição da sociedade e um consumo mínimo dos escassos recursos naturais. Estes filósofos criticam Jonas porque apesar de falar de ‘dignidade autónoma da natureza’, baseia o respeito pela natureza na necessidade das gerações humanas futuras herdarem um mundo habitável. Ora, segundo a Ecologia Profunda, a natureza tem um valor intrínseco e não instrumental. Os direitos da natureza são absolutos: devemos respeitá-la em si mesma, independentemente da sua utilidade. Trata-se de uma ética biocêntrica, centrada na ideia de que todos os seres vivos ao dignos de consideração moral.
O filósofo contemporâneo Jean Luc ferry procura mostrar que as teses defendidas da Ecologia Profunda suscitam uma série de interrogações, a primeira é a de saber como é que a natureza pode ser um sujeito de direitos uma vez que ela não é um agente de deveres. Só tem direitos quem tem deveres. Por outro lado, se a natureza tem direitos absolutos o vírus da SIDA é um sujeito de direitos. A perspetiva biocêntrica parece esquecer que o homem também é um ser da natureza.  
Na minha perspetiva apenas a Ecologia Humanista vai de encontro ao que aprendemos na disciplina de Biologia e Física e Química A, mais propriamente ao conceito de desenvolvimento sustentável, que significa “atender às necessidades da atual geração, sem comprometer a capacidade das futuras gerações em prover suas próprias demandas”. Este conceito acentua a importância da natureza para a humanidade, mas a verdade é que nós precisamos, de passar à ação, de proteger o nosso planeta de Nós Próprios. Somos responsáveis pela destruição da camada de ozono, pelo aumento do aquecimento global, pelo degelo das calotes polares, pela extinção de inúmeras espécies, pelo derramamento de petróleo, pela desflorestação, pelo aumento das emissões de CO2 , pelo esgotamento dos recursos naturais, pela destruição das paisagens, etc. As sucessivas campanhas ambientais de sensibilização não parecem ter sido suficientes, para parar o suicídio coletivo que as nossas ações sobre a natureza, ano após ano, perpetram. Num certo sentido, talvez como os ambientalistas radicais consideram, “Somos o mal, do qual o planeta deve ser protegido”.

Maria João Fontes, aluna do Curso de Ciências e Tecnologias, 10º B

In: Clipping Socioambiental (http://clippsocioambiental.blogspot.pt/2014/09/pensar-no-planeta-ou-pensar-no-conforto.html)
Ecorreflexão…


O nosso planeta está em risco, pois dia após dia é alvo de constantes agressões. Se não respeitarmos e preservamos o nosso planeta, se não tomarmos consciência que dele fazemos parte, a longo prazo, desapareceremos da face da terra. O uso excessivo dos recursos naturais, o aumento do efeito de estufa, o aquecimento global e o consequente degelo dos glaciares e a extinção de inúmeras espécies são alguns dos problemas mais graves que o planeta enfrenta.

Apesar destes problemas serem os mais graves que o planeta enfrenta a larga escala, é importante sublinhar que não são os únicos que põem em causa a vida na terra tal como a conhecemos. A título de exemplo podemos referir o uso de pesticidas, que ao alterar a composição das plantas, as envenena, acabando por destruí-las; o uso de uma agricultura agressiva, que muitos povos praticam, queimando florestas para fertilizar os campos, põe em causa a biodiversidade.

Estes problemas têm dado origem a variadíssimas reflexões filosóficas. A filosofia é um saber histórico, ocupa-se dos problemas que afetam o seu tempo. Ora vivemos num tempo, em que os problemas ambientais estão na ordem do dia.

Inspirados em Jeremy Bentham e John Stuart Mill, alguns filósofos colocam o homem e o centro é o centro do universo e defendem que o planeta terra e as espécies que nele habitam estão ao serviço do homem. Devemos proteger a vida na terra, porque ao fazê-lo asseguramos a nossa própria sobrevivência.

Hans Jonas defende uma ecologia humanista. Reconhece que o homem ocupa um lugar central na natureza, no entanto a natureza tem direitos e por isso devemos respeita-la para que as gerações futuras desfrutem de um planeta habitável, tal como nós desfrutamos. Para Jonas o homem é um fim e um valor absoluto, mas isso não significa que a natureza não seja um elemento essencial da nossa existência, enquanto condição necessária da sobrevivência da espécie humana. Segundo esta tese somos o produto de um trabalho da natureza que durou milhares de anos, logo deve ser nossa prioridade proteger e cuidar da natureza.

Os ambientalistas radicais sustentam que a natureza tem um valor intrínseco, independentemente da sua utilidade para o homem. Este grupo respeita a natureza não porque dependamos dela, mas porque ela é em si mesmo um sujeito de direitos. Segundo estes filósofos a crença na superioridade do homem face à natureza tem conduzido à sua destruição. O domínio do homem sobre a natureza tem causado profundos desequilíbrios e alterações gravíssimas na natureza. Estes desequilíbrios têm causado a extinção de variadíssimas espécies vegetais e animais. Os ecologistas radicais acreditam que para que a natureza recupere será necessária uma redução significativa da espécie humana. Estes filósofos acusam o humanismo ecologista de Jonas, porque segundo o seu ponto de vista, Jonas atribui à natureza um valor meramente instrumental. 

Apesar dos pontos de contacto entre estas teses, nomeadamente a preocupação com as questões ambientais, ou no caso das duas primeiras teorias, o antropocentrismo, contrariam-se em alguns pontos. Na primeira tese diz o homem é visto como um ser superior à natureza e essa superioridade justifica o domínio do homem sobre todo o planeta; a segunda tese defende que se queremos salvar o planeta temos de valorizar quer o homem, quer a natureza; a terceira afirma a superioridade da natureza em relação ao homem, esquecendo-se como afirma o filósofo Luc Ferry que o homem é também natureza.

Do meu ponto de vista a segunda tese é a que melhor responde ao problema em debate, pois o homem precisa de usar os recursos provenientes da natureza, sem com isso a desrespeitar, não causando graves desequilíbrios. Como nós precisamos da natureza, a natureza também precisa de nós.
                                  Marcos Martins, aluno do Curso de Ciências e Tecnologias, 10º B

In:Mudar Sustentável (http://mudarsustentavel.blogspot.pt/2012/06/pensar-sustentavel.html)
s, 10º B