Os animais não humanos têm direitos?
Quando se coloca esta questão o que
se pretende determinar é se os animais têm ou não estatuto moral. Se os animais
humanos tiverem direitos, então não podemos usá-los como um meio. Devemos
respeitá-los como um fim em si mesmos.
Os meus conhecimentos filosóficos não são ainda suficientes para refletir
sobre esta questão com a profundidade que ela merece. Como aprendiz imaturo de
filosofia irei apresentar o meu ponto de vista.
No meu entender os direitos dos animais não-humanos são os nossos
deveres.
Um pouco por todo o mundo os animais
são maltratados. Sofrem danos físicos e psicológicos inqualificáveis. Os donos
não têm a menor consideração pelos animais, faltando-lhes ao respeito. E como
os atos recaem sobre quem os pratica, os seres humanos vão-se degradando, vão
perdendo dignidade. A ação humana é autotransformadora, transforma quem a
pratica. Os animais indefesos sofrem os factos, mas os atos degradam ou
enaltecem os seus autores. Um animal não é um ser racional. Mas nós somos e por
isso devemos comportar-nos como tal! Os animais não-humanos são seres capazes
de dor e sofrimento, são sencientes, afirma Peter Singer.
Os animais não-humanos demonstram,
muitas vezes, mais afeto para connosco do que alguns seres humanos. Um grande
exemplo disso mesmo é amizade de Owen e Hatchii, um menino e um cão que se
apoiam nas suas dificuldades.
Owen tem uma doença rara
que lhe dificulta os movimentos e que afeta toda a sua vida. Owen começou a ter
vergonha de sair à rua, mas tudo mudou no momento em que Hatchii apareceu. O
cão, que não tem uma pata, devido aos maus tratos de que foi vítima, foi
adotado pela família. No dia em que o cão chegou, Owen demonstrou, de imediato,
um carinho especial por Hatchii e o sentimento foi correspondido. Com a
companhia do cão, Owen deixou de ter vergonha de sair à rua. Agora as pessoas
não olhavam só para ele, pois o seu amigo de quatro patas partilha o mesmo
problema.
Felizmente, em Portugal,
a violência contra os animais é, desde o dia 1 de outubro de 2014, um crime punido
por lei. Infelizmente a lei é difícil de aplicar e, na maioria dos casos, os
criminosos ficam impunes e quem sofre são os animais. Tratar mal os animais não
nos leva a lado nenhum, pelo contrário, se os tratássemos bem poderíamos ser
recompensados, não com bens materiais, mas sim com uma consciência tranquila e
com a sensação de que não prejudicamos aqueles que muitas vezes nos ajudam a
ultrapassar os nosso medos.
Em síntese, gostaria de passar uma mensagem: nós, humanos
não gostamos que ninguém se meta na nossa vida e nos prejudique, portanto não
devemos prejudicar a vida daqueles que em nada contribuem para a nossa
infelicidade e que, em muitos casos, chegaram ao planeta terra muito antes de
nós.
Ana Isabel
Alves, 10º B
(Aluna do Curso de Ciências e Tecnologia do Agrupamento
de Escolas de Celorico de Basto)
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