Páginas

sábado, 21 de março de 2015




A inconsciência de ser racista


Muitas vezes não nos apercebemos, mas desde muito novos temos a tendência para discriminar o próximo: Ou porque ele é diferente, ou tem uma cultura diferente, ou talvez outra cor. A discriminação acontece, na maioria dos casos, por medo da daquilo que desconhecemos.
Por exemplo na escola primária costumávamos pôr uma menina de lado porque ela era diferente, porque tinha uma cor diferente da nossa e vinha de um país com uma cultura diferente. Essa menina nunca era convidada para as festas de aniversário, andava sempre sozinha. Tudo isto porque a sua cor era especial. Mas será que por ser diferente tínhamos o direito de a pôr de lado, de a maltratar. Não seriam essas diferenças insignificantes? Não seria ela um ser humano igual a nós? Igual em direitos e deveres? Igual em dignidade?
Curiosamente, apesar das diferenças, essa menina respeitava-nos. Nós éramos estranhos para ela, mas ela não se assustava com as dissemelhanças?
Quando penso neste episódio sou levada a concluir que, naquela idade, nenhum de nós tinha consciência do verdadeiro significado do racismo, do sofrimento que provoca, das terríveis consequências a que pode conduzir.
Procurei num dicionário uma definição e li o seguinte: “ doutrina que afirma a superioridade de certas raças, assente numa alegada superioridade de uma raça sobre outras; alega a legitimidade de domínio ou mesmo de extermínio de todas as outras raças”. Esta definição permite compreender o holocausto nazi. O extermínio de milhares de seres humanos teve por base a convicção, aprendida desde tenra idade, que alguém é mau por natureza, constitui um perigo apenas pelo facto de ter uma cor, religião, partido político, nacionalidade diferentes das nossas. Os responsáveis pelo holocausto não foram extraterrestres, foram gente como nós. Por isso mesmo, é fundamental estarmos atentos às nossas atitudes e palavras, que são, frequentemente, preconceituosas e injustas. Adotamos atitudes racistas sem disso nos darmos conta. Estar alerta é, pois, o primeiro passo para combater o preconceito.
No mundo em que vivemos existem seres humanos e não raças, a isto se referia Martin Luther King, um dos mais importantes líderes do movimento dos direitos civis dos negros nos Estados Unidos, quando afirmava: «Eu tenho um sonho. O sonho de ver os meus filhos julgados pela sua personalidade, não pela cor da sua pele».

Sandra Costa, 10º D


Sem comentários:

Enviar um comentário