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terça-feira, 24 de março de 2015

Ecorreflexão…


O nosso planeta está em risco, pois dia após dia é alvo de constantes agressões. Se não respeitarmos e preservamos o nosso planeta, se não tomarmos consciência que dele fazemos parte, a longo prazo, desapareceremos da face da terra. O uso excessivo dos recursos naturais, o aumento do efeito de estufa, o aquecimento global e o consequente degelo dos glaciares e a extinção de inúmeras espécies são alguns dos problemas mais graves que o planeta enfrenta.

Apesar destes problemas serem os mais graves que o planeta enfrenta a larga escala, é importante sublinhar que não são os únicos que põem em causa a vida na terra tal como a conhecemos. A título de exemplo podemos referir o uso de pesticidas, que ao alterar a composição das plantas, as envenena, acabando por destruí-las; o uso de uma agricultura agressiva, que muitos povos praticam, queimando florestas para fertilizar os campos, põe em causa a biodiversidade.

Estes problemas têm dado origem a variadíssimas reflexões filosóficas. A filosofia é um saber histórico, ocupa-se dos problemas que afetam o seu tempo. Ora vivemos num tempo, em que os problemas ambientais estão na ordem do dia.

Inspirados em Jeremy Bentham e John Stuart Mill, alguns filósofos colocam o homem e o centro é o centro do universo e defendem que o planeta terra e as espécies que nele habitam estão ao serviço do homem. Devemos proteger a vida na terra, porque ao fazê-lo asseguramos a nossa própria sobrevivência.

Hans Jonas defende uma ecologia humanista. Reconhece que o homem ocupa um lugar central na natureza, no entanto a natureza tem direitos e por isso devemos respeita-la para que as gerações futuras desfrutem de um planeta habitável, tal como nós desfrutamos. Para Jonas o homem é um fim e um valor absoluto, mas isso não significa que a natureza não seja um elemento essencial da nossa existência, enquanto condição necessária da sobrevivência da espécie humana. Segundo esta tese somos o produto de um trabalho da natureza que durou milhares de anos, logo deve ser nossa prioridade proteger e cuidar da natureza.

Os ambientalistas radicais sustentam que a natureza tem um valor intrínseco, independentemente da sua utilidade para o homem. Este grupo respeita a natureza não porque dependamos dela, mas porque ela é em si mesmo um sujeito de direitos. Segundo estes filósofos a crença na superioridade do homem face à natureza tem conduzido à sua destruição. O domínio do homem sobre a natureza tem causado profundos desequilíbrios e alterações gravíssimas na natureza. Estes desequilíbrios têm causado a extinção de variadíssimas espécies vegetais e animais. Os ecologistas radicais acreditam que para que a natureza recupere será necessária uma redução significativa da espécie humana. Estes filósofos acusam o humanismo ecologista de Jonas, porque segundo o seu ponto de vista, Jonas atribui à natureza um valor meramente instrumental. 

Apesar dos pontos de contacto entre estas teses, nomeadamente a preocupação com as questões ambientais, ou no caso das duas primeiras teorias, o antropocentrismo, contrariam-se em alguns pontos. Na primeira tese diz o homem é visto como um ser superior à natureza e essa superioridade justifica o domínio do homem sobre todo o planeta; a segunda tese defende que se queremos salvar o planeta temos de valorizar quer o homem, quer a natureza; a terceira afirma a superioridade da natureza em relação ao homem, esquecendo-se como afirma o filósofo Luc Ferry que o homem é também natureza.

Do meu ponto de vista a segunda tese é a que melhor responde ao problema em debate, pois o homem precisa de usar os recursos provenientes da natureza, sem com isso a desrespeitar, não causando graves desequilíbrios. Como nós precisamos da natureza, a natureza também precisa de nós.
                                  Marcos Martins, aluno do Curso de Ciências e Tecnologias, 10º B

In:Mudar Sustentável (http://mudarsustentavel.blogspot.pt/2012/06/pensar-sustentavel.html)
s, 10º B

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