Há milhentas formas de lecionar o
programa de uma qualquer disciplina. No nosso caso, a professora de filosofia,
introduz um tema-problema do mundo contemporâneo e a partir dele os conteúdos
vão fluindo, as reflexões vão surgindo, numa simbiose entre a imaturidade e o
idealismo avassalador dos 14 e dos 15 anos. No segundo período, o racismo e a
destruição do planeta entraram-nos pela sala adentro e obrigaram-nos a pensar e,
em alguns casos, a repensar assuntos que achávamos já ter pensado
suficientemente. Nunca pensei que a “douta ignorância” desse tanto trabalho e “incomodasse
mais do que andar à chuva”. Não vou assinar este texto, porque quero que a
minha imaturidade e o meu idealismo permaneçam no anonimato…
(Um
anónimo (a) assumido(a) do Agrupamento de Escolas de Celorico de Basto)
DIA 21 DE MARÇO, DIA INTERNACIONAL DA LUTA CONTRA A DISCRIMINAÇÃO RACIAL
«Enquanto
a cor da pele for mais importante que o brilho dos olhos, haverá guerra».
Bob,
Marley
«É melhor lutar em busca de dias melhores, mesmo
correndo o risco de perder tudo, do que permanecer estático, como os pobres de
espírito, que não lutam, mas também não vencem, que não conhecem a dor da
derrota, nem a glória de ressurgir dos escombros. Esses pobres de espírito, no
final da sua jornada na terra não agradecem a Deus por terem vivido, mas
desculpam-se perante Ele, por terem apenas passado pela vida».
Bob,
Marley
Hoje,
Dia 21 de março, comemora-se o Dia Internacional de Luta Contra a Discriminação
Racial. A ONU escolheu este dia no ano de 1969, em memória do massacre ocorrido
em Joanesburgo a 21 de março de 1960, que ficou conhecido como: O Massacre de Sharpeville.
Nesse
dia 20.000 pessoas protestavam pacificamente contra a Lei do Passe, que
obrigava a população negra a ser portadora de um cartão com identificação dos
locais onde era permitida a sua circulação. A polícia do regime de apartheid disparou sob a multidão
desarmada, causando 69 mortos e 186 feridos. Neste dia as palavras de ordem são
a igualdade e o combate à discriminação racial.
Hoje
mesmo a chefe da Diplomacia europeia, Federica Mogherini, recordou que há 50
anos se adotou uma convenção para lutar contra este fenómeno a nível global: "Agora,
mais do que nunca, é imprescindível que a comunidade internacional tome medidas
firmes e eficazes a nível regional, nacional e internacional para eliminar toda
a forma de discriminação racial"..
Na
voz de Federica Mogherini, a União Europeia (UE) apelou à comunidade
internacional para que tome medidas jurídicas "firmes e eficazes aos mais diversos
níveis para eliminar todas as formas de discriminação racial. Essas medidas
devem ser acompanhadas por medidas de caráter preventivo de modo a que a
discriminação racial, o ódio ou a violência contra pessoas que pertencem a um
determinado grupo étnico ou religioso não sejam, sob nenhum pretexto, tolerados
(Agência Lusa).
Urge
educar as novas gerações para a inclusão autêntica, para a igualdade vivida,
para a tolerância ativa, para, como afirma Jacques Delors, que a humanidade
compreenda, de uma vez por todas, que são maiores as semelhanças que nos unem,
que as diferenças que nos separam. Só uma aposta no diálogo intercultural
permitirá salvaguardar os direitos humanos. Nunca é demais recordar que “todos os
seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e que qualquer suposição ou
crença do contrário é errónea e moralmente falsa".
Nasces, sobrevives
Cresces, observas
Sou como tu.
Optas, decides
Queres, trabalhas
Sou como tu.
Amas, sofres
Vives, acreditas
Sou como tu.
Somos diferentes
Somos iguais
Somos filhos
Somos pais
Sou como tu.
Catarina Mota de Azevedo Araújo, 13 anos
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