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quarta-feira, 8 de abril de 2015

Santo António de Lisboa



São poucas e imprecisas as informações sobre o nascimento e a infância do Santo António de Lisboa e de Pádua. Não se sabe com exatidão o ano do nascimento. Terá nascido em 1191 ou 1192. Terá vivido 39 anos e a sua morte terá ocorrido em 12 ou 13 de Junho de 1231. Os seus pais foram Martinho de Bulhões e Teresa Tavera. Segundo um biógrafo, nascera em Lisboa, cidade "situada nos confins da terra", numa casa que tinham seus pais junto da Sé, onde foi batizado pelo oitavo dia, sendo‐lhe dado o nome de Fernando. A sua infância, passou‐a certamente no seio da família. Nela cresceu a particular devoção à Santíssima Virgem e ao Menino. Para além da formação ministrada pelos pais, Fernando terá sido educado na escola catedralícia e, desse modo, iniciado nas disciplinas que integravam o habitual plano de estudos da época: gramática, retórica, música, aritmética e astronomia. Aos 15 anos, entrou no mosteiro de S. Vicente de Fora, da Ordem dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho, nas proximidades de Lisboa. Permanecendo apenas dois anos, transferindo‐se, depois, para mosteiro de Santa Cruz em Coimbra, a fim de evitar tantas visitas de parentes e amigos, que lhe perturbavam o silêncio e a sua paz. Em Coimbra, levou uma vida fervorosa, de trabalho espiritual e de estudo. Aplicou‐se à filosofia, teologia e ao conhecimento mais aprofundado da Sagrada Escritura. O ambiente político‐religioso de então, no mosteiro de Santa Cruz, terá molestado o Santo, que se esforçava por se dedicar exclusivamente ao estudo aliado à oração e ao progresso espiritual. Lá foi ordenado sacerdote
A vida simples dos pobrezinhos franciscanos do ermitério de Santo Antão dos Olivais, de Coimbra, terá sido o sinal irresistível. Tê‐lo‐á marcado para sempre o seu primeiro contacto com um grupo deles que se hospedou no mosteiro, na sua passagem por Coimbra, em direção a África. Um dia em que os fradinhos de Santo Antão dos Olivais foram ao mosteiro à procura de esmola, Fernando, em segredo, confiou‐lhes o seu propósito, dizendo-lhes: "Irmãos receberia com entusiasmo o hábito da vossa Ordem se me garantísseis enviar‐me, logo, à terra de sarracenos a fim de participar da coroa dos santos mártires". Eles deram‐lhe a palavra e fixaram para a manhã seguinte a entrada na Ordem franciscana. Fernando mudou o nome para António e ainda foi mandado a terra de infiéis. A cerimónia da imposição do hábito ao novo candidato terá sido rápida e simples.
Em 1220 vai para o Norte de África em missão apostólica mas adoece gravemente e tem de regressar mas, uma violenta tempestade desviou o barco para a Sicília, iniciando em Itália uma vida eremítica por várias comunidades franciscanas, abraçando por completo o ideal franciscano: a pobreza, a austeridade, a humildade, o jejum e a oração. Frei António fixa-se definitivamente em Pádua até Maio de 1231, altura em que se recolhe no eremitério de Camposampiero, passando aí o resto dos seus dias. Falece em Arcella, nos arredores de Pádua, a 13 de Junho de 1231. É canonizado, por Gregório IX, a 30 de Maio de 1232 e declarado Doutor da Igreja, por Pio XIII, com o título de Doutor Evangélico, a 16 de Janeiro de 1946.
Nos escritos de Santo António de Lisboa anteriores à síntese realizada por São Tomás de Aquino entre a razão e a revelação, encontra-se já uma filosofia que, embora plenamente cristianizada, propõe a colaboração da filosofia e da razão na obra divina da salvação. Nos seus Sermões, Santo António desenvolveu uma espiritualidade franciscana que teria uma longa influência em Portugal e, plenamente integrado no espírito das ordens mendicantes, explorou a vertente prática e quotidiana da moral.

Bibliografia:
MARTINS, Mário, Correntes da Filosofia Religiosa dos séculos. IV a VII, Porto, Livraria T Martins, 1950.
Webgrafia:

Para saber mais deves consultar:
Maria Cândida Pacheco, Santo António de Lisboa - da Ciência da Escritura ao Livro da Natureza, Lisboa, Imprensa Nacional Casa da Moeda, 1997.


Trabalho realizado pelos alunos: Ana Cerqueira, Ana Silva, Beatriz Jesus, Carla Afonso, Helena Silva, Marcos Loureiro, Maria João Gomes, Mariana Freitas, Mariana Gonçalves, Vera Gonçalves, alunos do Curso de Humanidades, 10º C.

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