Santo António de
Lisboa
São poucas e imprecisas as informações
sobre o nascimento e a infância do Santo António de Lisboa e de Pádua. Não se
sabe com exatidão o ano do nascimento. Terá nascido em 1191 ou 1192. Terá
vivido 39 anos e a sua morte terá ocorrido em 12 ou 13 de Junho de 1231. Os
seus pais foram Martinho de Bulhões e Teresa Tavera. Segundo um biógrafo,
nascera em Lisboa, cidade "situada nos confins da terra", numa casa
que tinham seus pais junto da Sé, onde foi batizado pelo oitavo dia, sendo‐lhe
dado o nome de Fernando. A sua infância, passou‐a certamente no seio da
família. Nela cresceu a particular devoção à Santíssima Virgem e ao Menino.
Para além da formação ministrada pelos pais, Fernando terá sido educado na
escola catedralícia e, desse modo, iniciado nas disciplinas que integravam o
habitual plano de estudos da época: gramática, retórica, música, aritmética e
astronomia. Aos 15 anos, entrou no mosteiro de S. Vicente de Fora, da Ordem dos
Cónegos Regrantes de Santo Agostinho, nas proximidades de Lisboa. Permanecendo
apenas dois anos, transferindo‐se, depois, para mosteiro de Santa Cruz em
Coimbra, a fim de evitar tantas visitas de parentes e amigos, que lhe
perturbavam o silêncio e a sua paz. Em Coimbra, levou uma vida fervorosa, de
trabalho espiritual e de estudo. Aplicou‐se à filosofia, teologia e ao
conhecimento mais aprofundado da Sagrada Escritura. O ambiente
político‐religioso de então, no mosteiro de Santa Cruz, terá molestado o Santo,
que se esforçava por se dedicar exclusivamente ao estudo aliado à oração e ao
progresso espiritual. Lá foi ordenado sacerdote
A vida simples dos pobrezinhos
franciscanos do ermitério de Santo Antão dos Olivais, de Coimbra, terá sido o
sinal irresistível. Tê‐lo‐á marcado para sempre o seu primeiro contacto com um
grupo deles que se hospedou no mosteiro, na sua passagem por Coimbra, em
direção a África. Um dia em que os fradinhos de Santo Antão dos Olivais foram
ao mosteiro à procura de esmola, Fernando, em segredo, confiou‐lhes o seu propósito,
dizendo-lhes: "Irmãos receberia com entusiasmo o hábito da vossa Ordem se
me garantísseis enviar‐me, logo, à terra de sarracenos a fim de participar da
coroa dos santos mártires". Eles deram‐lhe a palavra e fixaram para a
manhã seguinte a entrada na Ordem franciscana. Fernando mudou o nome para
António e ainda foi mandado a terra de infiéis. A cerimónia da imposição do
hábito ao novo candidato terá sido rápida e simples.
Em 1220 vai para o Norte de África em
missão apostólica mas adoece gravemente e tem de regressar mas, uma violenta
tempestade desviou o barco para a Sicília, iniciando em Itália uma vida
eremítica por várias comunidades franciscanas, abraçando por completo o ideal
franciscano: a pobreza, a austeridade, a humildade, o jejum e a oração. Frei
António fixa-se definitivamente em Pádua até Maio de 1231, altura em que se
recolhe no eremitério de Camposampiero, passando aí o resto dos seus dias.
Falece em Arcella, nos arredores de Pádua, a 13 de Junho de 1231. É canonizado,
por Gregório IX, a 30 de Maio de 1232 e declarado Doutor da Igreja, por Pio
XIII, com o título de Doutor Evangélico, a 16 de Janeiro de 1946.
Nos escritos de Santo António de Lisboa anteriores à síntese realizada
por São Tomás de Aquino entre a razão e a revelação, encontra-se já uma
filosofia que, embora plenamente cristianizada, propõe a colaboração da
filosofia e da razão na obra divina da salvação. Nos seus Sermões, Santo António desenvolveu
uma espiritualidade franciscana que teria uma longa influência em Portugal e,
plenamente integrado no espírito das ordens mendicantes, explorou a vertente prática
e quotidiana da moral.
Bibliografia:
MARTINS, Mário, Correntes da
Filosofia Religiosa dos séculos. IV a VII, Porto, Livraria T Martins, 1950.
Webgrafia:
http://livreeleal.blogspot.pt/2012/08/i-filosofia-medieval-portuguesa.html (consultado em 10/04/2015)
Para
saber mais deves consultar:
Maria Cândida Pacheco, Santo António
de Lisboa - da Ciência da Escritura ao Livro da Natureza, Lisboa, Imprensa
Nacional Casa da Moeda, 1997.
Trabalho realizado pelos alunos: Ana Cerqueira, Ana Silva, Beatriz
Jesus, Carla Afonso, Helena Silva, Marcos Loureiro, Maria João Gomes, Mariana
Freitas, Mariana Gonçalves, Vera Gonçalves, alunos do Curso de Humanidades, 10º
C.
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