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quarta-feira, 8 de abril de 2015



Filósofos Medievais 

SANTO AGOSTINHO


Santo Agostinho nasceu em Tagaste, norte da África, no dia 13 de novembro do ano 354. Filho de um Patrício, pagão e voltado para o materialismo da época e de Mónica, profundamente cristã, que depois se tornaria santa. A influência dos pais foi muito grande, primeiro a do pai, depois a de Santa Mónica.
Agostinho realiza os primeiros estudos em Tagaste, indo depois a Madaura. Aos 17 anos vai a Cartago, onde Romaniano, amigo do pai, o ajuda e torna-se seu protetor. Aos 20 anos volta a Tagaste como professor, com uma mulher e um filho, Adeodato, retornando pouco depois para Cartago também como professor. Torna-se professor em Roma e, mais tarde, vai para Milão, onde ganha a cátedra de retórica da casa imperial.
Procurou a felicidade em muitos lugares, mas não a encontrava. A sua mãe encontra-o em Milão e incita-o a frequentar as pregações de Santo Ambrósio.
No mês de agosto de 386, meditando no jardim, ouve uma voz de criança que diz "Tolle et lege" (Toma e lê) e tomando as Cartas de São Paulo lê: "Não é nos prazeres da vida, mas em seguir a Cristo que se encontra a felicidade". Nesse momento as suas dúvidas dissipam-se, culminando todo o processo da conversão. No ano seguinte, na Vigília Pascal, é batizado.
Agostinho decide voltar a Tagaste, para morar com os seus amigos, e entregar-se inteiramente ao serviço de Deus por meio da oração e do estudo. Mas no ano 391, de visita na cidade de Hipona, é proclamado sacerdote pelo povo e ordenado padre pelo bispo Valério. Quatro anos depois é consagrado Bispo da cidade, daí o nome de Agostinho de Hipona.
Santo Agostinho vive em comunidade, tentando seguir o ideal das primeiras comunidades cristãs, na pobreza e na partilha.
Agostinho escreveu um enorme número de obras: um total de 113, sem contar as cartas das quais se conservam mais de duzentas e de variadíssimos Sermões. A maior parte das obras de Santo Agostinho surgiram por causa dos problemas ou das preocupações que atormentavam a Igreja do seu tempo.

De entre as suas obras, destacam duas pela sua genialidade: "A Cidade de Deus", que representa a primeira tentativa de fazer uma interpretação cristã da história, e "As Confissões", que louva a graça de Deus em todas as suas manifestações. A obra e o pensamento de Agostinho ultrapassam os limites de sua época e exercem uma grande influência na Idade Média e também na nossa época. A influência de Agostinho acontece nos diversos campos do pensamento, da cultura e da vida religiosa. Agostinho morreu no dia 28 de agosto do ano 430 e os seus restos mortais descansam na cidade de Pavia, no norte da Itália.

Santo Anselmo da Cantuária


Nasceu a 1033, no norte da Itália. Dedica-se, desde muito cedo à fé e à investigação. Aos 23 anos, sai de casa e vaga pelas terras da França, até que se mudou para a Cantuária. Aí escreve as suas principais obras e ganha fama, como conselheiro de governantes e de nobres por toda a Europa. No ano de 1093, torna-se arcebispo da Cantuária.
Inspirados no estilo platónico, os diálogos de Santo Anselmo procuram esclarecer a Sagrada Escritura e, consequentemente, a natureza de Deus. Cada um deles levanta um importante problema. Assim no diálogo A Verdade, Santo Anselmo argumenta que a verdade é a retidão do objeto percebida pela mente. E o que é a retidão? É algo ser o que é. Deus é a máxima retidão, a verdade suprema e eterna, é o que é infinitamente e que dita como tudo deve ser (conforme a metáfora neoplatónica, é o sol que ilumina).’’
No diálogo A Liberdade de Arbítrio, Anselmo apresenta o livre-arbítrio como a "capacidade de pecar e não pecar", ou o "poder de preservar a retidão da vontade em razão da própria retidão". Esatbelece, deste modo, uma correspondência entre liberdade, verdade e justiça.
É por isso que, em Sobre a Queda do Demónio, Anselmo diz que os anjos, apesar de não poderem pecar, são mais livres do que os que pecam, pois conhecem diretamente a verdade suprema, que é Deus. Assim sendo, quando os seres conscientes escolhem ou subordinam a justiça à felicidade própria, ou a felicidade própria à justiça. Os anjos, ao escolherem o bem, foram recompensados com a felicidade e ficaram isentos do pecado, pois possuem agora as duas vontades em plenitude. Ou seja, o livre-arbítrio perfeito é a incapacidade de pecar.

São Boaventura


Boaventura nasceu com o nome de Giovanni di Fidanza. Foi um teólogo e filósofo escolástico medieval, nascido na Itália no século XIII. Filho de um médico, segundo as suas próprias palavras, durante a infância, foi curado de graves doenças graças à intercessão de Francisco de Assis. Formou-se em 1243 na Universidade de Paris e entrou para a ordem dos franciscanos, recebendo o nome de Boaventura. Continuou os estudos de teologia sob a orientação de célebres eruditos como Alexandre de Hales, enquanto se preparava para fazer votos de irmão mendicante. Foi o sétimo ministro geral da Ordem dos Frades Menores. São Boaventura foicanonizado em 14 de abril de 1482 pelopapa Sisto IV e declarado Doutor da Igreja em 1588 pelo papa Sisto V como "Doutor Seráfico". Além de influenciar a teologia católica, a personalidade de São Boaventura imprimiu um caráter particular à ordem franciscana, cujo espírito e regulamentos renovou.
As obras de Boaventura, de acordo com a mais recente edição crítica, pelo Collegio di San Bonaventura, são compostas por um Comentário sobre as Sentenças de (Pedro) Lombardo, em 4 volumes. As obras mais famosas são Itinerarium Mentis in Deum, Breviloquium e De Reductione Artium ad Theologiam, Soliloquium nas quais se encontram as mais peculiares características da sua doutrina.
  

Pedro Abelardo (1079 – 1142)




Pedro Abelardo foi um filósofo escolástico francês, nascido em Le Pallet. É considerado um dos maiores pensadores do século Xll. Apesar das pressões por parte da família para seguir a carreira militar, Abelardo decidiu enveredar pelo caminho da filosofia e das letras.
Foi um ilustre intelectual da academia de Paris, onde foi professor. O seu ensino foi revolucionário, pois estimulava os debates e as contradições entre as questões estabelecidas.  Ficaram muito conhecidas as suas vicissitudes amorosas com a sua aluna Heloísa, pela qual Abelardo foi perdidamente apaixonado, e também as suas desavenças com Bernardo de Claraval.
O tema a que este filósofo deu maior atenção no ramo da filosofia, foi a questão dos universais (realidades mentais que dão significado aos termos gerais que designam propriedades de classes e objetos), apresentando como solução para o problema, o método do Sic et non(Sim ou Não), a doutrina sobre a boa intenção e a dialética.
O Sic et non, consiste em reunir teses opostas sobre qualquer tipo de assunto, deixando ao critério do “leitor”  o lado da verdade. O objetivo de Abelardo era didático, pois as questões duvidosas levantadas pelas teses contrárias, estimulava a procura de uma solução.
A doutrina da intenção elaborada por Abelardo no campo ético foi muito importante. Para Pedro Abelardo, a moralidade de uma ação não dependia do objeto, nem das circunstâncias e nem das paixões, mas sim da intenção: “Para Deus não importa o que fazemos, mas com qual intenção o fazemos”. O nosso mérito não depende da ação, mas unicamente da nossa intenção. Abelardo afirmou que até a crucificação de Cristo e as perseguições aos mártires seriam boas se fossem praticadas com boa intenção.
Depois de sua relação com Heloísa, Abelardo decidiu tornar-se monge e dedicou-se ao ensino da teologia.
Pedro Abelardo escreveu várias obras, das quais: A Teologia Cristã, Diálogo entre um Filósofo, um Judeu e um Cristão, obra inacabada;A Dialética; Ética ou Conhece-te a Ti Mesmo, As Glosas.

O pensamento de Pedro Abelardo, contribuiu muito para o desenvolvimento da filosofia, na medida em que procurou abrir novos horizontes em todos os campos que abordou. Segundo alguns dos seus intérpretes é possível situar Pedro Abelardo no início do movimento racionalista, que rompeu com grande força, no início da Idade Moderna. Pedro Abelardo foi, sem dúvidas, um filósofo de vanguarda.

São Tomás de Aquino


São Tomás de Aquino nasceu na cidade de Roccasecca, Itália, em 1225. Foi um importante teólogo, filósofo e padre dominicano do século XIII. Foi declarado santo pelo papa João XXII em 18 de julho de 1323. É considerado um dos principais representantes da escolástica. Tomás de Aquino procurou colocar a filosofia greco-latina clássica (principalmente a filosofia de Aristóteles) ao serviço da compreensão da revelação religiosa do cristianismo.
Em 1230 iniciou os seus estudos na abadia de Roccasecca. Em 1244 ingressou na ordem religiosa dos Dominicanos. Entre 1245 e 1248 estudou na cidade de Paris e foi orientado por Alberto Magno. Entre 1248 e 1259 estudou na Faculdade de Teologia, fundada por Alberto Magno na cidade alemã de Colónia. Entre 1252 e 1259 foi mestre na Universidade de Paris. Em 1259 escreveu a Suma contra os gentios. Em 1273 escreveu a Suma Teológica. São Tomás de Aquino faleceu na cidade de Fossanova, Itália, a 7 de março de 1274.

São Tomás criou um sistema filosófico e teológico próprio e original, que gradualmente se tornou importante a ponto de marcar toda a filosofia medieval. Aqueles que seguem o pensamento de São Tomás ou alguma das suas doutrinas são conhecidos por tomistas. No Concílio de Trento, a doutrina tomista ocupou lugar de honra e, a partir do papa Leão XIII, foi adotada como pensamento oficial da Igreja Católica.
Segundo a interpretação de São Tomás, Teologia e Filosofia não se chocam nem se confundem; são conceitos distintos e harmónicos. A teologia é considerada uma ciência suprema, fundada na revelação divina, e a filosofia, a sua auxiliar. Cabe à filosofia demonstrar a natureza e a existência divina em plena harmonia com a razão. Só há conflito entre filosofia e teologia caso a primeira, num uso incorreto da razão, se proponha explicar o mistério do dogma religioso sem o auxílio da fé. Considera Tomás de Aquino que a alma é a forma essencial do corpo, responsável por dar vida a este. A alma humana é subsistente, imortal e única, por isso o homem tende naturalmente para Deus. A ética tomista é precisamente concentrada neste movimento, que é considerado natural e racional, do ser para Deus, alcançando a visão ou a contemplação imediata do criador.

Bibliografia:
CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 2000.

Webgrafia:

Trabalho realizado pelos alunos: Ana Cerqueira, Ana Silva, Beatriz Jesus, Carla Afonso, Helena Silva, Marcos Loureiro, , Maria João Gomes, Mariana Freitas, Mariana Gonçalves, Vera Gonçalves, alunos do Curso de Humanidades, 10º C

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