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domingo, 10 de maio de 2015


Reflexão sobre a violência…
Bullying: A Força dos Cobardes!

Dor? Sofrimento? Esse é um dos maiores pesadelos da humanidade; é disso que milhares de pessoas fogem todos os dias. É isso que milhares de pessoas temem. Mas afinal o que é para nós a dor? Nós não temos uma definição certa, só sabemos que dói…
Por que é que julgamos as pessoas por elas serem diferentes? Por que é que não nos aproximamos do ponto de vista do outro, procurando compreender o que está a passar? Por que é que não queremos saber? Essas pessoas precisam de nós, precisam de apoio, precisam de alguém que lhes dê felicidade.
Milhares de pessoas são, diariamente vítimas de “bullying”, mutilam-se em razão desse ataque cobarde e cruel à sua dignidade, e o que é que as pessoas fazem? Gozam, julgam-nas, dizem que fazem isso para chamar as atenções, que são piegas. Na verdade, todos precisamos de carinho, de amor, de alguém para partilhar os momentos difíceis.
Errar? Erramos muitas vezes. Errar não é verdadeiramente um problema. Todo o erro tem um valor epistemológico. Trocado por miúdos: os erros permitem-nos aprender, refazer o caminho, melhorar. Erramos e arrependemo-nos. O arrependimento é o contraponto do erro e a possibilidade do perdão.
Existem pessoas que não sabem o que isso é, julgam-se perfeitas e impermeáveis ao erro. Julgam-se acima do erro; agem como se não fossem humanas. Na verdade, nada do que é humanos nos é estranho e, todos nós, sem exceção, somos capazes das maiores façanhas e das mais vis crueldades.
Tu, que hoje és popular, tens amigos, tens sucesso, tens uma família que te ama, achas-te atraente, podes perder tudo isso num só momento. Podes ficar no lugar daqueles que agora tratas com paternalismo, crueldade ou indiferença. Nem sempre a força é coragem, nem a fragilidade é sintoma de cobardia. Quantas vezes, a força, não passa de uma fragilidade escondida e o desdém com que tratas os outros revela afinal a tua falta de caráter e de autoestima, o teu medo secreto de não seres tão superior aos outros como gostas de aparentar.
Quem julgas que és para te achares no direito de negares aos outros a possibilidade de sonhar? De atacares a sua imagem? De te rires da sua dor?
O filósofo Jean-Paul Sartre afirmava que “o espelho são os outros”. Se olhássemos para os outros e nos víssemos, talvez os apoiássemos sem os julgar de forma despudorada e acrítica. Nos últimos anos centenas de jovens têm posto termo à vida por causa do “bulliyng”. Mas eles não são as únicas vítimas. Os agressores vitimizam as famílias e os amigos dessas pessoas, e também a si próprios. Na verdade são os únicos dignos de pena, porque os seus atos os transformaram em cobardes e a sua consciência, mais cedo ou mais tarde, atormentará as suas noites.
Agredir ou ficar em silêncio, às vezes, é quase a mesma coisa, pois é ser conivente com a injustiça. Rir da crueldade é também ser cruel.
Chega de rebaixar o outro! As pessoas não desistem porque querem, as pessoas desistem porque dói.

Vera Gonçalves, 10º C, Curso de Línguas e Humanidades 


In Pshychology of Evil (https://understandingevil.wordpress.com/2011/02/23/cruelty-by-kathleen-taylor-a-book-review-by-understandingevil-blog/

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